1 – TORNIQUETES SÓ DEVEM SER USADOS COMO ÚLTIMO RECURSO.

Este mito é o mais comum e mais recorrente. Usar o Torniquete como último recurso é antiquado e perigoso. Há inúmeras pesquisas científicas que desbancam este mito.

Em uma zona de conflito, um ambiente tático ou quando se está lidando com um Atirador Ativo, o Torniquete deverá ser a primeira opção quando há suspeita de sangramento arterial vindo de alguma extremidade.

Por muito tempo  o sangramento de uma das extremidades foi a principal causa de mortes no campo de batalha, recentemente isso foi ultrapassado por sangramentos em juntas como sangramentos na virilha e axila.

Melhoramentos significantes em treinamento e a maior oferta de torniquetes tem contribuido para uma baixa em mortalidade. Através de informação e persistência, o Exército Americano tem tido sucesso em convencer profissionais da área médica e civis de que o Torniquete é a opção adequada.

Alguns médicos e enfermeiros no Brasil, principalmente que nao se atualizam ou se informam sobre os avanços da medicina moderna, tem tido dificuldade e resistência quanto ao uso do Torniquete.

 

2 – COLOCAR UM TORNIQUETE RESULTA EM PERDA DA EXTREMIDADE.

A verdade é que a perda de um membro inferior ou superior é extremamente raro. O perigo de hemorragia, de longe, é mais alto do que o mínimo risco de perda do membro. E a vida é mais importante que um braço, ou uma perna. Há vários casos documentados de pacientes que tiveram Torniquetes comerciais aplicados por mais de 8 horas sem a perda do membro. Os casos onde há perda da extremidade são resultado direto do trauma, como ferimento por arma de fogo, fragmentacao ou lesão por explosão.

 

3 – CINTOS SãO EXCELENTES TORNIQUETES.

Isso é bobagem! Cintos são Torniquetes péssimos. É muito difícil, senão completamente impossível parar o fluxo sanguineo arterial usando apenas um cinto. Utilizar o cinto e a fivela nunca resultará em uma pressão suficiente para frear a hemorraria. Algo muito grande e forte, como uma perna de uma cadeira, teria que ter que ser usado para apertar o cinto devido à sua rigidez.

Cintos estão disponíveis a todo momento e certamente são melhor do que nada. Mas o objetivo aqui é de promover o uso de Torniquetes comerciais.

 

4 – TORNIQUETES IMPROVISADOS SãO CONSIDERADOS EQUIPAMENTOS MÉDICOS APROPRIADOS.

Usar o que está ao seu alcance e disponível não é somente aceitável mas recomendado. Há vários casos e relatos de pessoas que improvisaram equipamentos e salvaram uma vida. Pesquise sobre Brian Ludmer, o professor que, durante um tiroteio no aeroporto de Los Angeles, foi alvejado na panturrilha. Brian so arrastou até uma loja de roupas e usou uma camisa para improvisar um torniquete em volta de sua perna para diminuir o sangramento. A frase chave aqui é “Diminuir o Sangramento”, isso é o que Torniquetes improvisados fazem. Torniquetes comerciais PARAM o sangramento. Hospitais, socorristas, médicos e enfermeiros estão sendo negligentes se não estiverem equipados com um Torniquete Comercial.

 

5 – EXISTE UM TORNIQUETE QUE É MELHOR QUE TODOS.

Um Torniquete comercial, assim como qualquer outro produto, terá suas vantagens e desvantagens, prós e contras.  Todos tem suas diferenças e regras quanto à sua aplicação. Sou sempre perguntado qual Torniquete recomendo e sempre respondo com: “Recomenda pra quem, quando e onde?”. O Torniquete que funciona bem usado por um Militar com colete balistico não necessariamente significa que servirá de igual propósito para um civil, que usa pouca roupa e acessórios em um verão intenso. O Torniquete que eu carrego em patrulha ou missões da SWAT para socorrer outros policias não seria uma boa opção em um atendado a uma escola, onde espero lidar mais com pacientes pediátricos. O Torniquete que uso em um ambiente controlado e ilumidado não seria o mesmo que uso em uma situação estressante e com pouca luminosidade.

Torniquetes são vendidos nos mais variados tipos, cores e tamanhos. Dão conta do recado em variadas formas. Como em qualquer tipo de missão, a resposta está em como usar a ferramenta adequada para o trabalho.

 

Fontes: Trauma Monkeys; Cel John Kragh